sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Mercados tradicionais em vias de extinção

Os mercados municipais nasceram para substituir a venda de animais,legumes e fruta que se fazia no meio das ruas, sem regras nemcondições de higiene e salubridade. No século passado, construíram-seedifícios de raiz nos centros das cidades para abastecer aspopulações, mas em 100 anos tudo mudou. A concorrência dossupermercados veio abalar definitivamente aquele negócio tradicionalque foi envelhecendo sem se adaptar às exigências dos dias de hoje.Poucos clientes, pouco investimento nas estruturas, lojas desocupadas"ad eternum" esvaziaram a maioria dos mercados da Área Metropolitanado Porto. Os autarcas dizem querer salvá-los e alguns já começaram aentregar esse esforço aos privados. Estarão os mercados tradicionaisem vias de extinção?Não faltam vozes a dizer que sim. Vozes que receiam ver aquelesespaços transformados em shoppings. No Porto, essas vozes gritam bemalto contra a decisão da Autarquia de concessionar o Bolhão àpromotora holandesa TCN nos próximos 50 anos. Teme-se que a tradiçãoseja desvirtuada, teme-se pelo património, teme-se pelo futuro doscomerciantes. E porque se teme tanto? Porque a história deixouexemplos que não correram bem.A primeira recordação que vem à memória de Fernando Sá, presidente daAssociação de Feirantes do Distrito do Porto, é a do Mercado do Anjo.Funcionava na Praça de Lisboa, antes desta ser convertida no ClérigosShopping. Os comerciantes foram para o Bom Sucesso e alguns ficarampelas ruas da Baixa. O centro comercial durou poucos anos, estandoapenas o parque de estacionamento a funcionar. A recuperação do espaçoestá agora nas mãos da Bragaparques, única interessada no concursopúblico aberto pela Câmara. JN

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