terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Beira Interior aposta no valor acrescentado do azeite biológico

Associação de produtores quer investir 126 milhões de euros para pôr dez mil hectares a produzir a tradicional variedade Galega16,6por cento da área agrícola dos 24 concelhos da Beira Interior é dedicada ao olival, que ocupa 64 mil hectares.
1,9hectares é a superfície média das 27.679 explorações contabilizadas na região, valor que está abaixo dos 2,05 hectares por exploração da média nacional.
0,59toneladas de azeite por hectare é a produtividade média na Beira Interior, abaixo da média, também ela baixa, de 0,83 ton/ha registada em Portugal. Ainda assim, a região é a terceira maior produtora, numa lista liderada pelo Alentejo e na qual Trás-os-Montes ocupa o segundo lugar.
Pùblico

Produção de Compotas e geleias tradicionais

Uma empresária de Santa Marta de Penaguião produz compotas e geleias tradicionais, de fruta colhida em pleno Douro, produtos que são vendidos nas melhores lojas de França, Suíça e Brasil.
As compotas e geleias de Adelaide Lopes conquistaram mesmo o paladar do magnata Al-Fayed, dono dos armazéns Harrods, em Inglaterra. ‘Terra Quente’ e ‘Mil Delícias’ são as denominações dos doces. “Tudo começou em 1994, quando me apercebi de que, para além do vinho, esta região produzia também frutas deliciosas que não estavam a ser devidamente apreciadas”, afirmou a empresária de 50 anos. Abóbora, framboesa, frutos silvestres, laranja, maçã, morango e kiwi são alguns dos produtos utilizados na confecção destas compotas.
Correio da Manha

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Mapa Judicial «acentua a desertificação do país»


A posição da Associação Nacional de Municípios em Seia
A Associação Nacional de Municípios (ANMP) recusou hoje em Seia, no final da reunião do seu Concelho Directivo, aprovar o novo mapa judicial apresentado pelo governo. O presidente do CD da ANMP, Fernando Ruas, afirmou não poder "concordar com um projecto que acentua a desertificação do País". No documento de trabalho, a que a Lusa teve acesso e que foi o principal ponto desta reunião, pode ler-se que "a proposta de revisão do mapa judiciário não pode nem deve constituir mais um factor determinante para a desertificação das zonas menos populosas do País".
Especificamente, sobre a proposta de lei, a ANMP sublinha que rejeita "qualquer proposta que reduza a actual implantação territorial dos tribunais", e refere o "compromisso público do Ministério da Justiça de que não se encerrará qualquer tribunal". centuando que "da proposta não se retira em que termos irão os mesmos ser mantidos ou modificados", o documento rejeita "qualquer diminuição das valências que o Estado presentemente garante às populações nos actuais tribunais". Kaminhos
Qualquer dia é as escolas secundárias e as restantes primárias, vamos todos para o litoral molhar o pezinho no mar.....

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Em defesa do Planeta Terra

Em defesa do Planeta TerraUNESCO premeia aluna da UTADDiana Carvalho, 20 anos e aluna finalista da licenciatura emComunicação e Multimédia, vai receber o prémio na sede da UNESCO emParis, na cerimónia de lançamento das celebrações, agendada para apróxima terça e quarta-feira.A jovem, que é natural de Vila Real, disse que se candidatou aoconcurso com a produção de um vídeo promocional onde procura, numa"visão pluridisciplinar e inovadora", alertar a sociedade para asgrandes preocupações com o Planeta Terra. O filme está dividido emduas partes, sendo que a primeira, com desenhos a preto e branco deuma cidade, "quer alertar para a poluição e a sujidade". Numa segundaparte, a aluna filmou o Douro, paisagem de "cores vivas e fortes". "Oobjectivo foi mostrar como, se cuidarmos do ambiente e o protegermos,a paisagem pode ficar bonita", afirmou. O Douro é Património Mundialda UNESCO desde 2001 e é um dos candidatos a sétima Maravilha daNatureza. Diana Carvalho mostrou-se "surpreendida mas muito feliz"pelo prémio, que classificou como uma "recompensa" pelo trabalhoefectuado. As celebrações de 2008 como o Ano Internacional do PlanetaTerra, proclamado por unanimidade pela Assembleia-geral das NaçõesUnidas, pretendem alertar para as alterações climáticas, os desastresnaturais, desertificação de solos ou escassez de água potável.A iniciativa pretende sensibilizar o público e os governantes de todoo mundo para o papel que as "Ciências da Terra" podem ter naconstrução de um planeta mais seguro e saudável, e destaca anecessidade de investimento público e privado na formação de uma novageração de geocientistas capaz de resolver os problemas globais.Primeiro de Janeiro

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Mercados tradicionais em vias de extinção

Os mercados municipais nasceram para substituir a venda de animais,legumes e fruta que se fazia no meio das ruas, sem regras nemcondições de higiene e salubridade. No século passado, construíram-seedifícios de raiz nos centros das cidades para abastecer aspopulações, mas em 100 anos tudo mudou. A concorrência dossupermercados veio abalar definitivamente aquele negócio tradicionalque foi envelhecendo sem se adaptar às exigências dos dias de hoje.Poucos clientes, pouco investimento nas estruturas, lojas desocupadas"ad eternum" esvaziaram a maioria dos mercados da Área Metropolitanado Porto. Os autarcas dizem querer salvá-los e alguns já começaram aentregar esse esforço aos privados. Estarão os mercados tradicionaisem vias de extinção?Não faltam vozes a dizer que sim. Vozes que receiam ver aquelesespaços transformados em shoppings. No Porto, essas vozes gritam bemalto contra a decisão da Autarquia de concessionar o Bolhão àpromotora holandesa TCN nos próximos 50 anos. Teme-se que a tradiçãoseja desvirtuada, teme-se pelo património, teme-se pelo futuro doscomerciantes. E porque se teme tanto? Porque a história deixouexemplos que não correram bem.A primeira recordação que vem à memória de Fernando Sá, presidente daAssociação de Feirantes do Distrito do Porto, é a do Mercado do Anjo.Funcionava na Praça de Lisboa, antes desta ser convertida no ClérigosShopping. Os comerciantes foram para o Bom Sucesso e alguns ficarampelas ruas da Baixa. O centro comercial durou poucos anos, estandoapenas o parque de estacionamento a funcionar. A recuperação do espaçoestá agora nas mãos da Bragaparques, única interessada no concursopúblico aberto pela Câmara. JN

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Aldeia para uma só família



Família está só, mas unida, expectante e determinada em acreditar que este é o momento para inverter a desertificação na aldeia e na região
Licínia Girão, Joana BourgardO céu, o sol, a lua e a terra. Aqui tudo é nosso", afirma, de sorriso rasgado na cara crespada pelo sol de Inverno, Elsa Maria Claro, a mãe da única família que reside em Aigra Velha, a 15 quilómetros da sede do concelho, Góis, em plena Serra da Lousã. Mulher de alma quente e de mãos frias, boas para produzir o queijo de cabra cuja venda garante parte do sustento da família, Elsa Maria diz viver num oásis. "Acordo a ouvir os rouxinóis a cantarem-me à janela, vivo num paraíso natural por opção", afirma a trabalhadora rural que explode de orgulho ao ouvir da boca dos três filhos que este é o lugar onde querem ficar para trabalhar e constituir família.Alexandra, a filha mais velha, é licenciada em Línguas e Relações Internacionais pela Universidade de Aveiro. E só não voltou já para a terra, porque assumiu a responsabilidade de acompanhar os irmãos na cidade até ao final dos estudos. Pedro, de 17 anos, estuda Design de Equipamento. Aos fins-de-semana tem trabalho assegurado numa empresa de animação turística, com sede em Góis, onde é monitor de desportos de aventura. Catarina, também de 17 anos, está a estudar Artes Visuais. Tal como os irmãos, a jovem sonha em regressar rapidamente para Aigra Velha onde pretende aliar-se à equipa que está a desenvolver o projecto da Maternidade de Árvores em Aigra Nova. Contrariando a tendência para abandonar as aldeias serranas por falta de emprego e perspectivas, estes três jovens irmãos anseiam por poder regressar. Os mais velhos já têm propostas de trabalho, a mais nova sente que não será difícil de conseguir. "Quanto mais não seja a dar continuidade ao trabalho feito pelos meus pais na agricultura e pastorícia".André Claro, 47 anos, que não quer ser identificado como o "chefe da família", mas apenas como um elemento de uma casa onde existe apenas uma carteira e a liberdade para que cada um escolha o seu caminho, é o filho mais novo de uma família de quatro irmãos. Foi sempre incentivado pelo pai a estudar, mas optou por se dedicar à pastorícia.Aos dez anos já percorria sozinho a serra com um rebanho de 400 cabeças de gado. Para vigiar as cabras contava com a ajuda de uns binóculos. "Só de pastagens a região dispunha de cerca de 500 hectares", recorda.André Claro nunca deixou de estudar. "Lia tudo o que me aparecia, jornais que os meus irmãos me enviavam de Lisboa, livros e revistas". Ainda hoje tem embrenhado no corpo o bichinho do conhecimento. Participa em acções de formação vocacionadas para a agricultura, pastorícia, apicultura e animação turística. É com frequência convidado para dar formação, participar em palestras e envolver-se em projectos. Elsa Maria, diz que os filhos saíram ao pai, "são inteligentes, têm gosto por aprender e são empreendedores". Por isso, acredita que quando estiverem de volta para a terra, a família vai ficar mais unida do que nunca , expectante e determinada. "Acreditamos que este é o momento para inverter a desertificação", diz. Na aldeia onde há anos vivem sozinhos e na região que, aos poucos, vai dando sinais de revitalização. JN


Familias como esta são cada vez mais precisas no interior.

Parabéns pela força de lutar e ficar numa terra abandonada.