quinta-feira, 28 de junho de 2007

Não basta encerrar...


Não basta encerrar...
O reduzido número de alunos tem sido a razão invocada para o encerramento de cada vez mais escolas do 1.º ciclo. Em 2006, o ano lectivo arrancou deixando fechadas mais de um milhar de antigas escolas primárias, ao abrigo do que se chama programa de reordenamento da rede de escolas do primeiro ciclo do ensino básico. Quanto ao próximo ano lectivo, tudo indica que serão encerrados ainda mais escolas.É verdade que manter escolas com um, dois ou uma dúzia de alunos não é viável. Nem sequer, naturalmente, é aconselhável para o desenvolvimento do processo educativo dos pequenos educandos e para o seu sucesso escolar. Mas não basta encerrar, muito pelo contrário. É necessário que sejam asseguradas todas as condições aos jovens que são deslocados. É verdade que os alunos ficam a ganhar com o aumento do número de colegas e de vivências, mas deixam de ter a proximidade do apoio familiar. E são obrigados a madrugar para percorrer uns quantos quilómetros até chegarem aos bancos da escola.Por isso, é fundamental que este reordenamento da rede de escolas do primeiro ciclo seja aproveitado também para a requalificação da rede escolar. Ou seja, além das naturais preocupações com a vertente pedagógica, é fundamental garantir boas condições ao transporte escolar, bons refeitórios e até material escolar de apoio. Caso contrário, medidas deste género não conseguirão, por si só, inverter os níveis de insucesso e abandono escolar, já tão altos no nosso país.Ao mesmo tempo, é preciso continuar a investir na revitalização de localidades afectadas pela desertificação, onde agora até a escola primária fecha. Se no interior, e até em alguns locais do litoral, a desertificação já era preocupante, só condições muito atractivas conseguirão fixar novos casais em aldeias onde os filhos nem sequer têm escola. É que tal como o fecho de escolas, é preocupante a enorme desertificação das aldeias, a que muitos poderes continuam insensíveis. E onde as escolas, mesmo que estivessem de portas abertas, provavelmente continuariam sem alunos.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

"Invasão" estrangeira

"Invasão" estrangeira

O processo foi o mesmo: deixaram o país de origem para passar férias em Portugal. Da rota fazia parte um passeio por Oliveira do Hospital onde se deixaram ...


encantar pelas belezas naturais do local e, optaram por ficar. O pequeno grupo de estrangeiros aumentou e é hoje impossível avançar com números exactos. Centenas são certamente, milhares talvez. De entre eles, há até quem já evite vir à cidade para não se deparar com a "invasão".

No final do século passado, a tendência emigratória a que se assistia em Portugal sofreu um revés, passando o belo país à beira mar plantado a ser um destino para muitos estrangeiros em busca, de certo não de grandes fortunas, mas antes da tranquilidade que caracteriza as gentes lusas. E a prová-lo está a tendência natural de os milhares de estrangeiros que acorrem ao nosso país optarem por se instalar longe dos grandes centros urbanos, e bem perto das zonas ricas em paisagens naturais, que são vistas pela maioria como boas fontes de rendimento.

A livre circulação de pessoas e bens facilitou esta tendência e, hoje, se por um lado os jovens emigram, fruto do baixo poder de compra a que estão votados, por outro lado, muitos estrangeiros vêem Portugal, como um país com um grande potencial económico, ainda que – segundo alguns – mal aproveitado, o turismo. E, o concelho de Oliveira do Hospital não é excepção. Tem sido e, é cada vez mais, um local de destino para muitos holandeses, belgas e, mais recentemente, Ingleses.

De acordo com os censos de 2001, àquela data residiam no concelho 228 estrangeiros, um número que em nada coincide com os avançados por alguns cidadãos estrangeiros radicados em Oliveira do Hospital.

Tratando-se de uma comunidade estrangeira que comunica entre si, ninguém melhor do que os próprios estrangeiros para avançar dados sobre a sua incidência no concelho. No entanto dada a disparidade de gente que acorreu a Oliveira do Hospital, eles próprios têm dificuldade em se contabilizar. Fala-se de centenas de belgas, outros tantos holandeses, alguns ingleses, mas, fica por saber ao certo quantas famílias por cá moram. É que, nalguns casos, estrangeiros já se confundem com portugueses dada a socialização que já existe entre ambas as culturas.

Joost Descheemaeker fixou-se em Meruge ainda na década de 90. Casado, mas com apenas 27 anos de idade, percebeu que era em Oliveira do Hospital que queria dar continuidade à sua vida. Um local que conhecia apenas de visita, tornou-se num espaço onde acabou por ver nascer os dois filhos e criou o próprio negócio, um parque de campismo para motards, a Toca da Raposa. Volvidos 11 anos, os filhos andam na escola, o negócio corre bem e os amigos de Joost são portugueses e não estrangeiros.

"Estou cada vez mais envolvido", disse ao Correio da Beira Serra, num português perfeitamente falado, o jovem que em tempos largara o laboratório de análises alimentares para apostar no turismo em Portugal. É que, segundo disse, a vida na Bélgica era muito stressante, chegando a comparar o modo de vida das pessoas com "sardinhas enlatadas". Embora, perfeitamente ligado a uma população que classifica de "muito hospitaleira", Joost tem noção de que "uma coisa é viver e outra é passar férias". Empresário na área do turismo, juntamente com a esposa, Joost sente as dificuldades que a deficiente promoção local tem provocado no sector.

Valem-lhe os clientes estrangeiros que capta através do sítio que mantém na Internet. Apreciador das paisagens naturais da região, o jovem belga só espera que os políticos, e a Câmara Municipal em particular, percebam que "é preciso preservar" aquele que é "um dos cantos mais bonitos da Europa" e, por isso, "protegê-lo dos incêndios". Quando convidado a pronunciar-se sobre o estado de desenvolvimento do concelho, Joost partiu em defesa da camada jovem, especialmente dos alunos da Escola Superior de Tecnologia e Gestão e, foi peremptório: "Oliveira do Hospital é uma cidade que está a dormir". in CSB

Aldeia da Luz Cinco anos de solidão e revolta

Na tarde da passada terça-feira, em pleno centro da nova aldeia da Luz, no
concelho alentejano de Mourão, pouco mais se ouvia do que o roncar do motor
de um carro de mercadorias junto à única mercearia do Largo 25 de Abril e as
sonoras batidas do relógio da Igreja do Sagrado Coração. Ao aperceber-se da
presença de forasteiros, um morador que atravessa o largo para se sentar
debaixo da única sombra lança uma resposta curta e sentida que esclarece
todas as dúvidas: "Nestes últimos anos o Alqueva só nos deu desgostos."
Cinco anos depois da primeira mudança de habitantes da velha para a nova
Luz, devido ao enchimento da albufeira do Alqueva, a tristeza continua
vincada nos rostos dos luzenses que viram naquela altura a água do maior
lago artificial da Europa afundar, para sempre, a sua identidade. "A nossa
história, a nossa cultura, a nossa vida, ficaram debaixo de água, a dez
metros de profundidade, e nunca mais virá à tona", frisa um dos moradores
que se encontra no café Central, estabelecimento que agora pertence à última
família a abandonar a aldeia, em Fevereiro de 2003.
Jerónimo Godinho, um reformado de 71 anos, ouve atentamente a conversa entre
o CM e os três homens que petiscam e bebem cervejas ao balcão. Não aguenta
dois minutos sem marcar a sua presença com uma opinião sobre o presente e
futuro da povoação. "É uma aldeia que não é de ninguém e está ao abandono,
isolada de tudo. Fomos enganados com promessas e assim que nos apanharam
aqui fizeram-se de esquecidos."
Mas o povo da Luz não carrega apenas mágoas. Transmite também revolta por
não ter as oportunidades de emprego apregoadas há cinco anos pelo Governo. E
angústia por não conseguirem inverter a tendência de declínio económico e
social da aldeia provocado pela fuga dos mais novos para outras regiões de
Portugal e para o estrangeiro à procura de uma vida melhor.

A família Ramalho - que em Junho de 2002 foi notícia no CM por ter sido a
primeira de 200 a fazer a mudança para a nova aldeia devido aos riscos de
libertação de gases que a trasladação do cemitério poderia causar à saúde do
filho mais novo, submetido meses antes a um transplante de medula -, é um
bom exemplo das dificuldades por que passa a população local. Manuel Ramalho
esteve mais de ano e meio desempregado. Tudo porque as pedreiras de xisto do
concelho, que forneciam matéria-prima para a fábrica de transformação de
rochas ornamentais onde trabalhava, foram submersas. "Com o enchimento do
Alqueva foi-se a fábrica da Portucel e as pedreiras de xisto. Gerou-se, em
poucos meses, uma crise económica na região devido às centenas de pessoas
que ficaram sem os seus postos de trabalho. Depois disso, estive quase dois
anos desempregado. Foi um período muito complicado e pensei em emigrar",
refere este cantoneiro de 42 anos, que agora trabalha a contrato numa
fábrica de transformação de mármores em Reguengos de Monsaraz.

Tal como os outros luzenses da sua geração ou mais novos, este homem, casado
e pai de dois rapazes de 9 e 13 anos, ainda pensou que o Alqueva seria uma
bóia de salvação. Todos tinham esperança de que surgissem investimentos nos
sectores do turismo e agrícola geradores de dezenas de postos de trabalho.
Mas estava enganado. "O que trouxe foi frustração e desespero. A agricultura
ficou na mesma e o turismo nem vê-lo. Sem emprego as pessoas saíram da Luz
para outras paragens", diz, lembrando que aquando da construção da nova
localidade foi prometida a construção de uma marina e parque de merendas.

Sinal da debandada é o número de casas fechadas na aldeia, que chegam a ser
metade do total na rua de Manuel Ramalho. Algumas habitações com três ou
quatro assoalhadas estão à venda por preços que rondam os 100 mil euros.
Outras já têm novo proprietário. "São pessoas do litoral que querem uma casa
para férias", explica o luzense.

ABANDONO

Em 1999, ano em que se iniciou a construção da nova aldeia da Luz, viviam na
freguesia cerca de 400 pessoas. Hoje, segundo os números da junta, residem
apenas 360. "Ainda vai abalar mais gente porque não há perspectivas de
emprego. Nem aqui, nem em todo o concelho de Mourão. Isto é uma miséria",
considera o presidente da Junta de Freguesia da Luz, Francisco Oliveira.

Nos últimos anos a freguesia viu sair oito famílias. Foram quase todos morar
para Reguengos de Monsaraz, a cidade mais próxima da aldeia. "Os jovens
estão a abalar. Muitos ainda aguentaram uns tempos para ver se conseguiam
construir uma casa nos 14 lotes destinados a moradias, que só agora foram
desbloqueados para venda em hasta pública", frisa o autarca. A saída dessas
pessoas, quase todas jovens, está a criar outro problema na freguesia, já
afectada pela falta de médico de família. "No ano lectivo de 2007/08 estamos
na iminência de fechar a escola que tem 12 alunos do 1.º ciclo e o
jardim-de-infância, com seis."

Contactada pelo CM, a Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas de
Alqueva (EDIA) diz que o Plano de Ordenamento das Albufeiras de Alqueva e de
Pedrógão cria as áreas e define as regras para o desenvolvimento das
diversas actividades, incluindo a turística. "Cabe à iniciativa privada o
desenvolvimento de projectos. A EDIA não prometeu nenhum dos equipamentos
citados [marina e parque de merendas]", referiu a empresa em comunicado.

REGRESSO

Mas na Luz também há quem regresse definitivamente após décadas de trabalho
nos arredores da capital, principal destino dos luzenses nas últimas quatro
décadas. Joaquim Vitória, cuja família foi a última a abandonar a velha
aldeia, entrou para a reserva da Marinha, onde era sargento-ajudante. Aos 53
anos, deixou o Barreiro para começar uma nova vida na terra da sua mulher,
atrás do balcão do café Central. "Já lá vão sete meses. O amigo que aqui
estava decidiu emigrar e fiquei com o café para estar ocupado."

Também no Largo 25 de Abril, Adelina Carrilho, 50 anos, está à porta da sua
mercearia. "Só há trabalho temporário na agricultura durante quatro ou cinco
meses num ano. As mulheres estão mais em casa. Os homens passam o tempo nos
cafés." Apesar de tudo, tem esperança num futuro melhor e acredita que um
dia "haverá alguém que irá investir na aldeia e criar emprego".

"SENTIMO-NOS DESPEJADOS DESTE LUGAR"

Francisco Oliveira, presidente da Junta de Freguesia da Luz, quase abandonou
o cargo por se sentir impotente para resolver os problemas.

Correio da Manhã - Como vê esta aldeia cinco anos depois?

Francisco Oliveira - Está pior em todos os aspectos. Os compromissos que
fizeram connosco não foram cumpridos e as pessoas estão saturadas de uma
vida instável e angustiadas por não conhecerem o futuro. Sentimo-nos
despejados neste lugar.

- Quais eram esses compromissos?

- Desde a construção do centro artesanal, passando pela marina, adega, posto
de recolha de azeitona e parque de merendas. Nunca mais ninguém ligou à
aldeia. Dentro da povoação há ruas em estado lastimável e ninguém sabe se é
a EDIA ou a Câmara de Mourão que têm responsabilidade por estas situações.

- O que fez para resolver os problemas?

- Estou farto de mendigar, mas como esta é uma freguesia sem lei, a junta
não tem competências para poder actuar no planeamento. Sinto-me impotente
para resolver os problemas. Em 2005, fui ameaçado numa reunião na Câmara de
que pagaria 250 mil euros se mexesse no Largo 25 de Abril. Queria apenas pôr
umas árvores e uns bancos para os velhotes se sentarem. Na altura estive
para fechar a porta da Junta, mas senti que ao fazê-lo estava a ser cobarde
para a população, que não tem culpa das maldades que os governos fizeram à
aldeia.

- O turismo é uma realidade ou uma 'miragem'?

- O Alqueva não deu nada à aldeia, só tirou. Com o consentimento de alguém,
a albufeira matou todo o concelho de Mourão. O que é que nós temos para
oferecer? Nada. Até já fecharam dois cafés porque não há gente para eles. Os
turistas vêm à aldeia para visitar o museu e fazer chichi.

JOVENS DA LUZ 'FOGEM' PARA REGUENGOS

Dulce Mendonça, 24 anos, vai seguir o exemplo de oito jovens famílias que
abandonaram a aldeia da Luz. Depois de casar, a 25 de Agosto, o futuro lar
será em Reguengos de Monsaraz, cidade onde trabalha numa pastelaria. "É
triste mas tem que ser assim. Esperámos muito tempo pelos terrenos na aldeia
da Luz mas como nunca foram disponibilizados decidimos comprar um
apartamento T2 em Reguengos", conta. Dulce sente que os jovens estão a ser
"empurrados para fora da aldeia" devido à falta de trabalho. "Nós vamos
saindo e ficam só cá os velhotes. Se estivesse na velha aldeia ficava com
mais saudades porque foi lá que vivi a minha juventude", remata.

ALQUEVA REGA 400 HECTARES

Os agricultores da aldeia da Luz foram os primeiros no Alentejo a beneficiar
da água da albufeira do Alqueva. O perímetro de rega abrange, actualmente,
330 hectares de olival, 82 de vinha e 10 de ferragial e hortícolas.

José Guerreiro, 49 anos, tem dedicado a sua vida à agricultura. Na velha
aldeia tinha uma exploração pecuária. Agora explora seis hectares de olival
junto à nova aldeia. "Com o meu pai e o meu irmão tratávamos mais de uma
centena de porcos brancos", lembra, enquanto crava a enxada na terra dura
para colocar a protecção para mais uma pequena oliveira.

Com a inundação dos terrenos pela albufeira de Alqueva, a EDIA entregou a
esta família uma área igual junto à nova povoação. "Ficámos com os mesmos 30
hectares. Seis são de olival e os outros 24 estão ainda por cultivar, mas de
certeza que não serão para pecuária. Trabalhar no olival é mais limpo e dá
menos despesas", diz.

José Guerreiro espera agora pelo próximo ano para começar a colher azeitona
do novo olival. "Vou entregá-la na Cooperativa de Mourão", adianta.

HABITANTES DA ALDEIA SEPARADOS POR 96 ANOS

Leonor completa hoje três meses de vida. É a habitante mais nova da aldeia e
vive com os pais numa casa emprestada pelo avô paterno. "Nasceu no Hospital
de Évora. Agora está sozinha comigo porque o pai anda a trabalhar com uma
máquina em Espanha", diz a mãe, Márcia Guerra, 23 anos. O futuro da pequena
Leonor ainda é incerto. A mãe quer continuar a viver na Luz, mas a falta de
trabalho é um entrave ao sonho. "Gostava de trabalhar aqui, mas é muito
difícil porque não há ninguém que invista. Estou também à espera dos
terrenos para construir uma casa na aldeia", refere. A poucos metros da casa
de Leonor, o habitante mais velho da localidade, Manuel Rosa, 96 anos, está
a acabar a refeição no centro de dia. Viúvo desde 1995, Manuel é dos poucos
habitantes a elogiar a aldeia. "A minha casa era velha e não tinha dinheiro
para a arranjar. Deram-me uma nova e já disse que me saiu a sorte grande",
frisou. Manuel da Rosa, que sempre viveu na Luz, diz que aquando da
demolição da velha aldeia a sua "alma ficou mais pobre" mas nunca sentiu
saudade nem dor. "A única coisa que me ficou a doer foram as pernas. De
cabeça estou bom, mas custa a andar", diz, soltando uma gargalhada.

PORMENORES

DEGRADAÇÃO

A população da Luz nunca esteve satisfeita com a qualidade de construção das
novas casas. Fendas nas paredes e azulejos, esgotos estragados, e humidade
são alguns dos problemas detectados. Nestes cinco anos a EDIA tem vindo a
realizar um "diagnóstico" das patologias das construções que "será entregue
ao empreiteiro" para reparação.

MUSEU

O Museu da Luz, inaugurado em Novembro de 2003, mostra nas suas três salas
decoradas a xisto o espólio etnográfico, arqueológico e cultural das gentes
da Luz. Este espaço de memórias contou no primeiro ano com quase duas mil
visitas mensais. Actualmente, o número médio de visitas mensais é de 1100
pessoas.

TRAVESSIA A NADO

As águas da albufeira do Alqueva, entre as margens da aldeia da Luz,
concelho de Mourão, e de Campinho, Reguengos de Monsaraz, vão contar amanhã
com diversas provas de natação. Destaca-se a travessia a nado entre duas
povoações, num total de dois quilómetros. As provas contam com centenas de
participantes de todas as idades. CM

Alexandre M. Silva

quarta-feira, 20 de junho de 2007

“Interior sustenta crescimento espanhol”


“Interior sustenta crescimento espanhol”
O secretário-geral do PCP defende a redução do IVA para aumentar a competitividade das empresas portuguesas face à concorrência espanhola, considerando que, na situação actual, os portugueses, sobretudo do Interior raiano, estão "a sustentar o crescimento económico espanhol"

Novos incentivos para combater desertificação do Interior


Novos incentivos para combater desertificação do Interior
Quarta-Feira, 20 de Junho de 2007
A partir de Julho, anuncia ministro da AgriculturaAs medidas enquadram-se no Plano de Desenvolvimento Rural, o instrumento do Governo para o sector agrícola, a aplicar no último Quadro Comunitário de Apoio, de 2007 a 2013
O Governo vai atribuir novos incentivos para o combate à desertificação do Interior a partir de Julho, enquadrados no novo Plano de Desenvolvimento Rural, anunciou o ministro da Agricultura. Jaime Silva falava ontem à margem da cerimónia de assinatura do protocolo para fornecimento de equipamento de combate a incêndios florestais às juntas de freguesia, que decorreu no Ministério da Administração Interna, em Lisboa. O Plano de Desenvolvimento Rural é o instrumento do Governo para o sector agrícola a aplicar o último Quadro Comunitário de Apoio, de 2007 a 2013. Apesar de ainda não ter especificado quais serão os novos incentivos de fixação de pessoas no Interior rural, Jaime Silva declarou que os apoios financeiros serão divulgados a partir de Julho. FIM AO ABANDONO DE TERRASAs novas medidas visam "defender a importância social da propriedade privada" e ao mesmo tempo "levar os proprietários a tratar, arrendar ou mesmo a vender [as propriedades]" admitindo a aplicação de "penalizações a quem abandone as terras", disse o ministro. Jaime Silva lembrou que os "sucessivos governos apoiaram mais de 110 mil hectares para o regadio" dos quais hoje "metade estão ao abandono". "Isto não pode continuar a acontecer", considerou.
Diário XXI

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Portugal entre os três mais desertificados da Europa

Portugal entre os três mais desertificados da EuropaRelatório da Agência Espacial Europeia
Portugal é um dos três países mais desertificados da Europa segundo as últimas análises realizadas pela Agência Espacial Europeia e pela Desert Watch, tornadas públicas por ocasião da comemoração hoje do Dia Mundial da Luta Contra a Desertificação. A análise da AEE, feita com base em imagens obtidas pelo seu sistema de satélite e que destaca ainda a desertificação em Itália e na Turquia, insere-se num projecto que está a ser desenvolvido em conjunto com a Convenção das Nações Unidas para a Luta contra a Desertificação (UNCCD). Segundo o projecto DesertWatch da AEE, o nível de desertificação nos três países - Portugal, Itália e Turquia - é dos mais elevados da Europa, sendo crucial melhorar agora os modelos de análise, que começou a ser feita em 2004.
A AEE está actualmente a consolidar os métodos de análise, com um novo sistema de operações mais integrado que permitirá dados mais detalhados e assim, fornecer aos governos dados que permitam avançar com políticas de combate à desertificação. Estimativas da AEE indicam que a desertificação, um processo de degradação da terra induzido parcialmente pela actividade humana, põe em risco a saúde e o bem-estar de mais de 1.200 milhões de pessoas de mais de 100 países. Hoje em todo o mundo celebra-se o Dia Mundial da Desertificação e da Seca, com o lema "Desertificação e Alterações Climáticas: um desafio global". A comemoração coincide ainda com o arranque em Sevilha do Fórum Internacional da Seca que até quarta-feira reúne mais de centenas de especialistas de dezenas de países, entre eles Portugal.
17-06-2007 Kaminhos
Lusa

quarta-feira, 13 de junho de 2007

À procura do interior esquecido

procura do interior esquecidoCaminhada pelos trilhos do lince ibérico
A Câmara Municipal do Sabugal está a promover caminhadas mensais para divulgar o património da região e chamar a atenção para "o interior esquecido" e para alguns problemas do concelho. Segundo o vereador António Robalo, a primeira caminhada realizou-se a 22 de Abril entre as localidades de Vilar Maior e Alfaiates, a 13 de Maio, no trajecto Malcata - Vale de Espinho, levou os participantes "pelos trilhos do lince ibérico". As "Caminhadas pelo Interior" devem estender-se pelos próximos meses, uma vez que, segundo o vereador, o concelho do Sabugal "tem um património imenso que queremos divulgar e rentabilizar".
Com este projecto, denominado "Caminhadas pelo Interior", a Câmara Municipal do Sabugal pretende divulgar mensalmente "os tesouros do interior cada vez mais esquecido" e também chamar a atenção para situações que merecem uma "atenção especial" por parte do poder central. Com a caminhada do dia 13, segundo o autarca, pretendeu-se "divulgar o património natural do concelho e ’iluminar’ determinadas mentes no sentido de colocarem o património natural concelhio ao serviço das populações". "O nosso objectivo é alertar para a necessidade de haver uma nova atitude por parte de quem coordena a Reserva Natural da Malcata e a Rede Natura, que são importantes para a região mas devem ser colocadas ao serviço da população em vez de servirem de entrave ao desenvolvimento", referiu. António Robalo apontou que, para "qualquer tipo de intervenção" na área daquela zona protegida, "é necessário pedir pareces ao ICN - Instituto de Conservação da Natureza", defendendo que o processo deveria ser "mais célere e agilizado". A proposta de dia 13 destinou-se "a todos os que os gostam de desfrutar a natureza, beber o silêncio, alimentar a alma e encher os pulmões do puro ar raiano", adiantou. Sobre o passeio, a organização refere que "as encostas da serra [da Malcata] estão pintadas com as cores da vegetação mediterrânica com carvalhos, pinheiros, eucaliptos, aveleiras, cerejeiras-bravas, carquejas e castanheiros centenários envolvidos pelo azinhal e pelas estevas". Na iniciativa participaram os elementos do executivo municipal do Sabugal, presidido pelo social-democrata Manuel Rito, que desta forma pretendem "dar o exemplo ao resto da população", adiantou o vereador António Robalo. A primeira caminhada contou com a participação de cerca de 50 pessoas e na próxima a autarquia espera juntar "entre 100 a 200".
10-05-2007 Kaminhos
ASR
Lusa

Um pais que esqueceu o interior

Primeiro as escolas primárias depois os centros de saúde nas aldeias agora o SAP a somar ainda as zonas agrárias a fechar.
Gostaria de ter uma visão de se os que ainda restam neste interior esquecido, do dia para noite se mudassem para o litoral ou mesmo para a nossa capital qual seriam os resultados…