quinta-feira, 28 de junho de 2007

Não basta encerrar...


Não basta encerrar...
O reduzido número de alunos tem sido a razão invocada para o encerramento de cada vez mais escolas do 1.º ciclo. Em 2006, o ano lectivo arrancou deixando fechadas mais de um milhar de antigas escolas primárias, ao abrigo do que se chama programa de reordenamento da rede de escolas do primeiro ciclo do ensino básico. Quanto ao próximo ano lectivo, tudo indica que serão encerrados ainda mais escolas.É verdade que manter escolas com um, dois ou uma dúzia de alunos não é viável. Nem sequer, naturalmente, é aconselhável para o desenvolvimento do processo educativo dos pequenos educandos e para o seu sucesso escolar. Mas não basta encerrar, muito pelo contrário. É necessário que sejam asseguradas todas as condições aos jovens que são deslocados. É verdade que os alunos ficam a ganhar com o aumento do número de colegas e de vivências, mas deixam de ter a proximidade do apoio familiar. E são obrigados a madrugar para percorrer uns quantos quilómetros até chegarem aos bancos da escola.Por isso, é fundamental que este reordenamento da rede de escolas do primeiro ciclo seja aproveitado também para a requalificação da rede escolar. Ou seja, além das naturais preocupações com a vertente pedagógica, é fundamental garantir boas condições ao transporte escolar, bons refeitórios e até material escolar de apoio. Caso contrário, medidas deste género não conseguirão, por si só, inverter os níveis de insucesso e abandono escolar, já tão altos no nosso país.Ao mesmo tempo, é preciso continuar a investir na revitalização de localidades afectadas pela desertificação, onde agora até a escola primária fecha. Se no interior, e até em alguns locais do litoral, a desertificação já era preocupante, só condições muito atractivas conseguirão fixar novos casais em aldeias onde os filhos nem sequer têm escola. É que tal como o fecho de escolas, é preocupante a enorme desertificação das aldeias, a que muitos poderes continuam insensíveis. E onde as escolas, mesmo que estivessem de portas abertas, provavelmente continuariam sem alunos.

Sem comentários: