terça-feira, 7 de outubro de 2008

Lista Vermelha

Mamíferos e anfíbios atravessam "crise de extinção"

07.10.2008

O lince ibérico foi ontem utilizado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) como um exemplo da "crise de extinção" por que passam os mamíferos do mundo. A edição de 2008 da Lista Vermelha de espécies ameaçadas, ontem divulgada pela UICN, dá conta de 1141 mamíferos em risco de extinção - cerca de 21 por cento das 5487 espécies conhecidas.
Pela primeira vez, a Lista Vermelha avaliou todas as espécies descritas de mamíferos. Mas, entre elas, existem 836 para as quais não há dados suficientes para se saber se estão ou não ameaçadas. O número de mamíferos em perigo pode chegar aos 36 por cento do total.
Há 188 mamíferos "criticamente em perigo" de desaparecer, entre eles o lince ibérico (Lynx pardinus), "que tem uma população de 84 a 143 adultos e que continua em declínio", sustenta a UICN, num comunicado. Também os anfíbios atravessam uma séria crise de sobrevivência. Praticamente um em cada três espécies que existem no mundo corre o risco de se extinguir. Mamíferos, anfíbios e aves são os únicos grupos de seres vivos cujas espécies estão quase todas identificadas e estudadas. O mesmo não ocorre com répteis, peixes, invertebrados e plantas.
No total, dos cerca de 1,6 milhões de espécies até agora descritas no mundo, apenas 2,7 por cento foram avaliadas pela Lista Vermelha. Destas, 38 por cento estão em risco de extinção.
Do resto pouco se sabe, sendo impossível fazer-se uma avaliação completa, por exemplo, das quase 300 mil plantas ou dos 1,2 milhões de invertebrados conhecidos.
Por isso, a UICN está a lançar um índice que funciona como uma espécie de Dow Jones - o indicador da tendência das bolsas norte-americanas - para a biodiversidade. O índice SRLI (Sampled Red List Index) avalia a tendência de extinção dentro de um grupo a partir de uma amostra aleatória das suas espécies.

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