Esta acção será organizada com a colaboração do Aeródromo de Pinhanços.
Esta acção será organizada com a colaboração do Centro Escolar e do CISE.
Águia-calçada (Aquila pennata)
A águia-calçada (Aquila pennata) é a águia mais pequena que ocorre em Portugal. Mede entre 45 - 53 cm de comprimento e 110 – 135 cm de envergadura. Existem dois tipos de coloração nesta espécie: uma forma clara, em que os indivíduos apresentam o corpo, cauda e a maior parte das asas ventralmente brancos, exceptuando as penas primárias de cor preta, e uma forma escura em que os indivíduos apresentam coloração castanho-escura com as penas primárias pretas e a cauda clara na face ventral. Esta espécie apresenta em ambas as formas uma pequena mancha branca nas áreas frontais da inserção de cada asa no corpo. Os tarsos são completamente cobertos por penas, o que terá dado origem ao seu nome comum. Habita e nidifica em zonas florestais, preferencialmente em montados de sobreiro e pinheiro intercalados com clareiras e zonas abertas. É uma espécie monogâmica, solitária e territorial durante o período de nidificação. Ambos os progenitores cuidam das crias (1 ou 2) que são nidícolas (eclodem do ovo sem estar completamente desenvolvidas, não possuindo ainda penas). A dieta desta espécie baseia-se em aves de pequeno e médio porte, répteis e pequenos mamíferos, que caça entre as árvores e nas zonas abertas de mato. A águia-calçada é uma espécie migratória que se desloca para África em meados de Outubro para passar o Inverno, regressando ao nosso país em fins de Março.
Esta espécie foi classificada pelo ICNB em 2005 como “Quase Ameaçada” sendo as suas principais ameaças a destruição do habitat provocada pelos incêndios e o abate de pinheiros de grandes dimensões, onde esta espécie nidifica. A colisão com estruturas e o abate a tiro são também factores que ameaçam significativamente esta ave.
Cegonha-branca (Ciconia ciconia)
A cegonha-branca (Ciconia ciconia) pertence à ordem dos ciconiiformes e distribui-se por todo o nosso país. Possui um comprimento entre 90 e 105cm (com o pescoço distendido) e uma envergadura entre 180 e 218cm. Pode viver até cerca de 33 anos em estado selvagem. Esta ave tem uma plumagem de cor branca com excepção das penas primárias e secundárias, as grandes coberturas e as coberturas primárias, a alula e as escapulares que apresentam uma coloração preta. A cegonha-branca possui pernas altas de coloração vermelha e pescoço longo. Os juvenis distinguem-se dos indivíduos imaturos e adultos principalmente através da coloração do bico: nas primeiras fases de vida é mais curto e quase preto, passando progressivamente para uma coloração acastanhada ou vermelho-pálido com a ponta preta, até atingir a coloração vermelha, típica dos adultos. Apesar de ser considerada uma ave aquática, a maioria dos casais nidificantes em Portugal utiliza diversos habitats como pastagens naturais, searas, montados ou lameiros. No entanto, charcas, pequenas ribeiras, pântanos, sapais e arrozais são muito utilizados por estas aves como locais de alimentação. A cegonha-branca apresenta uma dieta bastante variada: insectos, lagostim-vermelho, anfíbios, pequenos mamíferos, répteis e até mesmo restos de alimento humano, que encontram em lixeiras e aterros sanitários
Esta espécie é monogâmica e, geralmente, utiliza o mesmo ninho, ano após ano. Os casais podem nidificar isoladamente ou em colónias. Em Portugal, são conhecidas colónias constituídas por mais de 70 casais nidificantes. Esta espécie escolhe árvores, construções humanas de diversos tipos, postes e escarpas fluviais e costeiras para edificar o ninho. A postura é efectuada em Fevereiro/Março, sendo que a incubação dura 33-34 dias. O período de permanência no ninho, após a eclosão, é de aproximadamente dois meses (58-64 dias). A incubação, tal como a protecção e a alimentação das crias, é realizada por ambos os membros do casal, podendo ser criadas 1 a 5 crias.
Esta cegonha é uma espécie caracteristicamente migradora e dispersiva sendo que a maioria das aves nidificantes em Portugal migra para a bacia do Rio Niger através do Estreito de Gibraltar.
Como curiosidade, a associação milenar da cegonha-branca ao nascimento de crianças está intimamente relacionada com os seus hábitos migratórios. O seu regresso à Europa, para aqui se reproduzir, coincidente com a estação da Primavera, que simboliza o renascimento da vida, tornou esta espécie num símbolo de fertilidade.
Em Portugal, a cegonha-branca tem o estatuto de “Pouco preocupante”, atribuído pelo ICNB no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal em 2005.
A destruição do habitat, a intensificação da agricultura e abandono de práticas tradicionais, a contaminação química das cadeias alimentares, o abate ilegal e a electrocussão são os principais factores de ameaça a esta espécie.
Grifo (Gyps fulvus)
O grifo (Gyps fulvus) é uma ave de rapina diurna de grandes dimensões, com uma envergadura que pode atingir os 2,65m, e essencialmente bicolor (penas de voo e cauda mais escuras e corpo e restantes penas das asas mais claras). Possui asas largas com “dedos” muito compridos, cauda curta e arredondada e cabeça de cor pálida e de difícil observação durante o voo. O adulto apresenta uma gola de penas esbranquiçadas em torno do pescoço e bico amarelado enquanto que o juvenil possui uma gola castanha clara e um bico cinzento.
Plana em círculos e desliza com frequência, surgindo em bandos dispersos e confinando-se aos cumes das montanhas. No nosso país, o seu habitat de nidificação corresponde exclusivamente a escarpas rochosas de grande dimensão. Faz o ninho em saliências ou pequenas cavernas nas escarpas e raramente em árvores, reutilizando o ninho em anos consecutivos. O seu habitat de alimentação corresponde a campos desarborizados onde se realiza aproveitamento pecuário extensivo. Por vezes realiza movimentos migratórios para explorar zonas de alimentação. Necessita de uma ampla extensão de correntes de ar ascendentes ou térmicas e procura frequentemente cursos de água para se banhar e beber. Na dormida, é comunal (dormem em pequenas comunidades) e nocturno em grupos desagregados, podendo formar dormitórios em árvores.
A população de grifos em Portugal encontra-se confinada aos vales do Douro superior, e seus afluentes, e do Tejo (troço internacional) e seus afluentes, havendo também alguns casais na Serra de S. Mamede e na zona de Barrancos. Esta ave apresenta hábitos necrófagos (alimenta-se dos tecidos macios – músculos e vísceras – de mamíferos de médio e grande porte). Detecta os cadáveres através da visão, muitas vezes pelo movimento de outras aves, no solo ou no ar. Para reprodução, é uma espécie colonial e ambos os progenitores alimentam as crias por regurgitação, crias estas que são nidícolas (eclodem do ovo sem estar completamente desenvolvidas, sem penas). O período de nidificação decorre entre Dezembro e Agosto.
As principais ameaças a esta espécie são: uso de iscos envenenados para captura de predadores de espécies pecuárias, redução da disponibilidade trófica devido ao cumprimento das exigências higieno-sanitárias, diminuição do aproveitamento pecuário extensivo, a modernização agrícola, a perturbação humana, a colisão e electrocussão, a degradação de habitats, a perseguição humana e a construção de parques eólicos.
Em 2005, o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade atribui-lhe o estatuto de “Quase ameaçado”.
CAMPANHA DE APADRINHAMENTOS: O CERVAS mantém em curso uma campanha de apadrinhamento de animais selvagens em recuperação ou de um projecto desenvolvido no centro. Para apadrinhar um animal ou um projecto através de uma contribuição financeira ou da angariação e cedência de material de diversos tipos, contacte o CERVAS: cervas.pnse@gmail.com / 96 271 44 92.
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O CERVAS é uma estrutura que pertence ao Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) / Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) e que se encontra actualmente sob a gestão da Associação ALDEIA (www.aldeia.org) com o apoio da ANA – Aeroportos de Portugal e outros parceiros. O centro tem como objectivos detectar e solucionar diversos problemas associados à conservação e gestão das populações de animais selvagens e dos seus habitates. As linhas de acção do CERVAS são a recuperação de animais selvagens feridos ou debilitados, o apoio e/ou a realização de trabalhos de monitorização ecológica e sanitária das populações de animais selvagens, o apoio e fomento à aplicação do Programa Antídoto – Portugal www.antidoto-portugal.org, a promoção da sensibilização ambiental em matéria de conservação e gestão dos animais selvagens e o funcionamento como unidade intermédia de gestão e transferência de informação e amostras tratadas através de parcerias científicas.
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