Criadores estão sem pastos para alimentar o gado |
«As candidaturas aos apoios do Ministério da Agricultura estão abertas, mas, como se sabe, são processos que levam o seu tempo na fase de formulação e também na da apreciação», refere Manuel Rito. Sem adiantar por mais quanto tempo a autarquia irá continuar a ajudar os criadores que ficaram sem recursos para alimentar o gado, o edil diz que «o importante agora é que chova em quantidade suficiente para que se dê rapidamente a renovação das pastagens». De acordo com os números da AcriSabugal – Associação de Criadores do Concelho do Sabugal, os fogos que lavraram entre 30 de Agosto e 1 de Setembro deixaram quase 5.500 animais sem comida. «Vai ser um ano muito difícil para nós», antevê o presidente da associação, José Freire, que diz que os criadores temem agora que «chova só durante alguns dias e que venham entretanto as geadas».
A acontecer um cenário destes, «poderemos só ter pastagens renovadas lá para a Primavera, o que nos deixará numa situação complicada», adianta o dirigente, reconhecendo que, «caso o Governo e a Câmara não tivessem apoiado os criadores, a situação seria bem pior». Os incêndios do Sabugal provocaram prejuízos na ordem dos dez milhões de euros, tendo sido consumidos 9.800 hectares de terreno – segundo o Relatório do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios, que diz que foi neste concelho que se registou o maior fogo em toda a Europa. Animais mortos, pastagens devastadas, culturas várias consumidas e arrecadações e alfaias agrícolas destruídas constam da lista de danos causados nas freguesias de Casteleiro, Santo Estêvão, Sortelha, Terreiro das Bruxas, Urgueira, Alagoas, Aldeia de Santo António, Baraçal e Vila de Touro.
Recorde-se que situação em que os fogos deixaram o concelho motivou mesmo a deslocação do Presidente da República a Sortelha e levou o Ministério da Agricultura a disponibilizar apoios para a alimentação do gado (50 euros por cabeça de ovino e caprino e 100 euros por bovino) e ainda ajudas de 50 por cento a fundo perdido para a reposição do potencial produtivo. Este apoio permitirá reparar situações como perda de olival ou vinha, animais mortos, colmeias perdidas e também de equipamentos agrícolas.
O concelho aguarda ainda resposta aos pedidos dirigidos pela Câmara à Autoridade Florestal Nacional (AFN), que assentam num plano de reflorestação e no escoamento pago do que ardeu durante os três dias de fogos. Também ainda sem qualquer resposta está, segundo a autarquia, o pedido de elaboração do cadastro geométrico do concelho, feito ao Governo, sendo que este é um instrumento considerado «fundamental» por Manuel Rito para que outra situação do género não volte a repetir-se no futuro. In o Interior
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