Álvaro Amaro apela a investimentos no Interior

Álvaro Amaro apela a investimentos no Interior «em 30 anos, metade do país vai “fechar” por falta de pessoas»
A autarquia de Gouveia está empenhada em trazer mais jovens e investimento para o concelho. Em época de festa, o presidente, Álvaro Amaro, lembra, no entanto que o papel do Estado não deve ser reduzido, antes pelo contrário, há que discriminar positivamente o interior do país. «Por maior esforço que os autarcas façam, é preciso que o Governo – seja de que cor política for – olhe para o país como um todo», evitando, assim, o abandono de uma grande faixa do território nacional. Num “grito de alerta”, o presidente da Câmara Municipal de Gouveia, refere que, na inexistência de medidas concretas, «em 30 anos, metade do país vai “fechar” por falta de pessoas». Numa altura em que os políticos «de todos os quadrantes» reconhecem estas dificuldades do interior, «há que dar expressão ao que dizem», só assim «seremos um país solidário e justo». De resto, lembra, «a melhor maneira de ajudar o litoral é investir no interior», retirando às grandes cidades a pressão de população e os problemas que tal acarreta.
O presidente da Câmara Municipal de Gouveia continua a acreditar que o turismo é um dos principais pilares de desenvolvimento do concelho. Sobre o “Projecto Indoor Snow” – em que são parceiros a autarquia e cinco empresas privadas – adianta que «está a ser finalizado o programa financeiro» e acredita que incentivos entretanto recebidos se materializem em apoios económicos concretos. A esta «aposta estratégica», Álvaro Amaro acrescenta outra: a criação de um curso superior na área da saúde em Gouveia. De acordo com o autarca, na altura da fundação da Escola Superior de Saúde da Guarda, ficou definida em Diário da República a possibilidade de criar um ou mais cursos dessa escola na cidade de Gouveia. «Lutaremos para que isso se venha a concretizar», refere, explicando que a área da fisioterapia teria ali terreno fértil para se desenvolver, dada a qualidade técnica e diferenciação do trabalho levado a cabo na Associação de Beneficência Popular de Gouveia. Apesar da importância que atribui a estes e a tantos outros projectos -«prosseguimos com a requalificação urbana, para que a cidade seja mais atraente aos visitantes e turistas», apostamos na atracção de investimento e fixação de jovens, refere -, o responsável considera que são necessários «apoios e projectos estruturantes» por parte do Estado. «O papel do Estado não pode ser reduzido, antes pelo contrário, deve ser reforçado nestas localidades do interior». Reclamando uma «discriminação positiva» para as regiões do Interior, Álvaro Amaro sublinha o grave problema da desertificação. Oferta turística Não obstante as dificuldades, Álvaro Amaro quer que as pessoas sintam Gouveia como uma cidade dinâmica e que se afirma. O turismo é e continuará a ser um vector a explorar, aproveitando a localização estratégica e as potencialidades da natureza, da Serra da Estrela, ideais para a prática de desportos aventura ou, simplesmente, para passeios e visitas. A gastronomia, os produtos endógenos – com destaque para o Queijo da Serra ou para os enchidos -, a cultura, o património arquitectónico e religioso, eventos e animação ao longo do ano compõe o cartaz turístico. E se o mote de afirmação de Gouveia é, para o presidente da autarquia, cada vez mais o turismo, esta época do ano será uma das eleitas para visitar o concelho. «As Festas do Senhor do Calvário são, como alguém um dia lhes chamou, “a maior romaria das Beiras”, que consegue aliar um cunho religioso ao cunho civil», sublinha Álvaro Amaro, notando que, estando estes aspectos já bem enraizados, a autarquia se tem empenhado, ao longo dos últimos anos, em acrescentar-lhes uma vertente cultural. Assim foi com a criação do Prémio Literário Vergílio Ferreira e agora com o Prémio de Pintura Abel Manta, concursos que são um estímulo à cultura e à arte, ao mesmo tempo que são homenagens a dois ilustres filhos de Gouveia.
11-08-2007		Ka /Diário de Coimbra